sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Um enfermeiro chegou e me disse que eu precisava me retirar, que
visitas não eram permitidas, e eu perguntei se ela estava melhorando. O cara disse: ‚Ela ainda está fazendo água.‛ Bênção do deserto, maldição do
oceano.
O que mais? Ela é tão linda! Não me canso de olhar para ela. Não me
preocupo se ela é mais inteligente que eu: sei que é. É engraçada sem
nunca ser má. Eu a amo. Sou muito sortudo por amá-la, Van Houten. Não
dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho,
mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas.
Espero que a Hazel aceite as dela.
Eu aceito, Augustus.
Eu aceito.
visitas não eram permitidas, e eu perguntei se ela estava melhorando. O cara disse: ‚Ela ainda está fazendo água.‛ Bênção do deserto, maldição do
oceano.
O que mais? Ela é tão linda! Não me canso de olhar para ela. Não me
preocupo se ela é mais inteligente que eu: sei que é. É engraçada sem
nunca ser má. Eu a amo. Sou muito sortudo por amá-la, Van Houten. Não
dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho,
mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas.
Espero que a Hazel aceite as dela.
Eu aceito, Augustus.
Eu aceito.
Fim
E tanta coisa depende, falei para o Augustus, de um céu azul descortinado
pelos galhos das árvores. Tanta coisa depende do tubo de alimentação
transparente erupcionando das vísceras do garoto de lábios cianóticos.
Tanta coisa depende desse observador do universo.
Só metade consciente, ele olhou para mim e murmurou:
— E você ainda diz que não escreve poesia.
A culpa é das Estrelas
Estou apaixonado por você — ele disse, baixinho.
— Augustus — falei.
— Eu estou — ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos
seus olhos se enrugando. — Estou apaixonado por você e não quero me
negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado
por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o
esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que
haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai
engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou
apaixonado por você.
— Augustus — falei.
— Eu estou — ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos
seus olhos se enrugando. — Estou apaixonado por você e não quero me
negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado
por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o
esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que
haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai
engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou
apaixonado por você.
A culpa é das Estrelas
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
— Às vezes as pessoas não têm noção das promessas que estão
fazendo no momento em que as fazem — falei.
O Isaac me lançou um olhar ferino.
— Tá, tem razão. Mas você cumpre a promessa mesmo assim. Amar é
isso. Amar é cumprir a promessa mesmo assim. Você não acredita em
amor verdadeiro?
A Culpa é das Estrelas.
fazendo no momento em que as fazem — falei.
O Isaac me lançou um olhar ferino.
— Tá, tem razão. Mas você cumpre a promessa mesmo assim. Amar é
isso. Amar é cumprir a promessa mesmo assim. Você não acredita em
amor verdadeiro?
A Culpa é das Estrelas.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
”Lutei contra a ditadura, sim! Tomei borrachadas, engoli gás lacrimogênio, corri da cavalaria na Av. São João em direção à Praça Antonio Prado e à Praça da Sé. Participei das perigosas assembleias dos sindicatos, onde milicos escondidos na massa guardavam na memória o rosto dos mais exaltados. Arrisquei o emprego, pichei muro com o slogan “Abaixo a Ditadura”. Distribui panfletos. Morri de medo. Chorei quando anunciaram a devolução do poder ao povo: eu e mais alguns milhões. Hoje, vendo pessoas morrendo em filas de hospitais, bandidos matando por R$ 10, pessoas andando feito zumbi nas ruas por causa das drogas, adolescentes que não sabem quanto é 6 x 8, meninas de 14 anos parindo filhos sem pais, toda a classe política desse país desfilando uma incompetência absurda, a polícia corrompida, o nosso país sendo ridicularizado por tantos escândalos... Eu peço perdão ao Brasil pela porcaria que fiz... Deveria ter ficado em casa.”
(Carta publicada no jornal Diário de São Paulo por Roger Moreira, vocalista do Ultraje à Rigor)
(Carta publicada no jornal Diário de São Paulo por Roger Moreira, vocalista do Ultraje à Rigor)
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