quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Projectou então o conjunto final perante uma audiência, sendo unânime a opinião de que o actor era um óptimo actor, dado que expressava de um modo magnífico os sentimentos de fome (plano do prato de sopa), dor (plano do caixão de criança) e de desejo (plano da mulher seminua). Kuleshov mostrou que o significado de uma sequência de planos pode depender apenas da relação subjectiva que cada espectador estabelece entre imagens ou planos que, isoladamente, não possuem qualquer significação.
Parece uma conclusão óbvia para o espectactor contemporâneo, mas naquele período histórico de sedimentação da linguagem cinematográfica, revelou ser uma experiência que outorgou princípios expressivos e estéticos à técnica da montagem.



Efeito Kuleshov
Os seres que se reproduzem são distintos uns dos outros, e os seres reproduzidos
são distintos entre si como são distintos daqueles que os geraram. Cada ser é distinto de
todos os outros. Seu nascimento, sua morte e os acontecimentos de sua vida podem ter
para os outros certo interesse, mas ele é o único diretamente interessado. Só ele nasce. Só
ele morre. Entre um ser e outro há um abismo, uma descontinuidade. Esse abismo situase, por exemplo, entre vocês que me escutam e eu que lhes falo. Tentamos nos comunicar,
mas nenhuma comunicação entre nós poderá suprimir uma primeira diferença. Se vocês
morrerem, não sou eu que morro. Nós somos, vocês e eu, seres descontínuos.
Mas não posso evocar este abismo que nos separa sem ter logo o sentimento de
uma mentira. Este abismo é profundo, e não vejo como suprimi-lo. Somente podemos, em
comum, sentir a sua vertigem. Ele nos pode fascinar. Este abismo, num sentido, é a morte,
e a morte é vertiginosa, fascinante.
Tentarei agora mostrar que, para nós que somos seres descontínuos, a morte tem o
sentido da continuidade do ser: a reprodução leva à descontinuidade dos seres, mas ela
põe em jogo sua continuidade, isto é, ela está intimamente ligada à morte. É falando da
reprodução dos seres e da morte que me esforçarei para mostrar a identidade da
continuidade dos seres e da morte que são uma e outra igualmente fascinantes e essa
fascinação domina o erotismo.


Página 11 O erotismos de Georges Bataille

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

1 - Tema10 DE PAUS
2 -Aspectos Favoráveis9 DE COPAS Nove de Copas: o Nove promete prazer, realização de um desejo precioso, a
recompensa ao esforço, a consumação do compromisso.

3 - Aspectos Negativos6 DE OUROS Seis de Ouros: o Seis prediz nobreza, poder e sucesso matéria, embora todos possam
ser efêmetos e algo ilusórios. Seus aspectos podem ser negativos no contexto, revelando
presunção, esbanjamento e insolência.
4 - Conselho7 DE ESPADAS Sete de Espadas: indica planos, tentativas, esperanças, mas ao mesmo tempo significa
discórdia, perturbação, plano sem futuro, intriga.

5 - Resultado FinalO CARRO triunfo, conquista.
6 - Lições preciso aprender para me relacionar melhorA MORTE

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI
Não pude deixar de compartilhar... Me emocionei pela verdade no texto, não deixem de ler!
" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "
(Autor desconhecido)
O elemento unificante que é o que dá sentido a nossa vida, está em constante tensão com o elemento dispersante, sempre tentando trazer um significado a realidade aparentemente desordenada da nossa existência. Devemos estar sempre atentos a este elemento unificante pois mesmo quando nos deparamos com diversos elementos desfavoráveis devemos nos esforçar para integra-los ao elemento unificante.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quando há ferrugem, no meu coração de lata!
É quando a fé ruge, e o meu coração dilata!