terça-feira, 2 de dezembro de 2014

 Finalmente, chegamos ao ponto
extremo do nosso périplo, bem na ponta da esplanada. Se eu quis percorrer todo
este caminho, não foi para descobrir nenhum panorama inédito, mas para me
repastar com os eflúvios que emanam de um modesto abarracamento na saída da
praia. Estacionam minha cadeira ao ar livre, e sinto que minhas narinas vibram de
prazer ao aspirarem um perfume vulgar, enjoativo e absolutamente insuportável
para o comum dos mortais. “Nossa!”, diz uma voz atrás de mim, “que cheiro de
gordura queimada.”
Quanto a mim, não me canso do odor das fritas.

O escafandro e a Borboleta

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